domingo, 6 de dezembro de 2009

ACORDAR A DOR DA INOCÊNCIA

A distância não afecta
a fome de ser quem sou
um vulto que se infecta
com a raiva que negou
o vírus que nos detecta
o bobo que nos julgou
sem conhecer o profeta
que nada profetizou.

Acordar a dor da inocência
com a fuga de uma pureza
é vestir a cor da violência
co´a morte velha da beleza.

As farsas do quotidiano
são viveiros de cultura,
nacos do mito ufano
em versos de tortura
e réus de corpo insano
que viajam na tontura
de não verterem o dano
às facas do véu humano.

Ouvir as forcas do ocaso
na virgindade da nascente
é inventar o mortal prazo
à agua de uma semente.

E nada será urgente
no berço da nossa idade
nem a coragem carente
nem a fluência da verdade
roendo o caruncho vidente
que se alarga à vontade
de cobrir o nosso poente
co´o caos da Humanidade.

Centro Cultural de Belém, 29/11/2009 - Jorge Brasil Mesquita

1 comentário: